Mais da metade da população brasileira apresenta excesso de peso e as taxas de obesidade tem crescido constantemente, associadas a diversas condições crônicas como hipertensão e diabetes, representando um desafio na prática clínica de profissionais da saúde de diferentes especialidades.
A ausência ou a fragilidade de instrumentais teóricos voltados ao cuidado de pessoas obesas, muitas vezes os profissionais da saúde recorrem a discursos do senso comum, como “fecha a boca e tenha força de vontade para emagrecer”. Abordagens como essa além de ineficazes podem contribuir para a piora do quadro do paciente, visto que recorre a culpabilização e não leva em consideração os desejos e expectativas do paciente.
Nesse cenário, são recorrentes os relatos de pessoas obesas sobre episódios em que sofreram preconceito por parte de profissionais da saúde que desconsideram suas queixas e demandas com a justificativa de “você precisa emagrecer”. Esse fenômeno conhecido como gordofobia é resultado da estigmatização das pessoas obesas.
A população que busca tratamento para a obesidade é majoritariamente composta por mulheres, assim como as que realizam cirurgia bariátrica - aproximadamente 85% são mulheres, o que reflete processos sociais que remetem a objetificação do corpo feminino e pressão por atender padrões sociais de beleza, aspectos que impactam na saúde e manejo clínico desse público.
O objetivo do curso é sensibilizar profissionais da saúde sobre a condução do cuidado de pessoas obesas, com abordagem centrada na pessoa a partir da escuta qualificada. O curso será conduzido a partir de metodologias ativas e referenciais teóricos da saúde coletiva.